É SIMPLESMENTE REVOLTANTE O RELATO DO JORNALISTA COSME RÍMOLI SOBRE AS CONDIÇÕES DO ALOJAMENTO DOS MENINOS DAS CATEGORIAS DE BASE DO VASCO. UM ABSURDO. PARECE MAIS COM A DESCRIÇÃO DE UM NAVIO NEGREIRO, DE UM CAMPO DE CONCENTRAÇÃO, DE UM PRESÍDIO DOS CONFINS DO PAÍS. MEU DEUS, QUANTO ABSURDO......
"Banheiros
Alguns vasos
sanitários encontravam-se interditados ou sem portas de isolamento.
Sendo certo que um
dos banheiros não dispunha de chuveiros para o banho dos atletas.
(Eles) faziam uso de
garrafas de refrigerante de dois litros para se banharem."
Cozinha
Alarmantes,
sobretudo, no tocante à higiene no preparo dos alimentos.
E à precariedade do
espaço destinado às refeições dos adolescentes.
As frutas (bananas) e
a salada estavam expostas às moscas.
(As bananas ficavam)
em uma mesa localizada ao lado do latão de lixo,
A geladeira da
cozinha estava bastante suja.
Quartos
Os beliches
apresentavam-se inadequados, muitos não dispunham de colchões.
Além de estarem
enferrujados e com a sua estrutura comprometida, colocando em risco a saúde e a
integridade física dos adolescentes.
Um jovem
"aguardava há trinta dias o desligamento de um dos atletas para que sua
cama fosse disponibilizada.
Evidente disparidade
das condições de conforto entre os quartos.
Tal distinção (...)
estava relacionada à vinculação ou não dos direitos federativos do jovem atleta
a empresários de futebol ou empresa investidora."
Esses são trechos do
terrível relatório de promotores de Justiça do Rio de Janeiro.
Ele escancara as
condições a que 60 meninos eram expostos no alojamento do Vasco da Gama.
As investigações
começaram quando o garoto Wendel Junior Venâncio da Silva, de 14 anos, morreu.
Ele fazia testes no
clube em fevereiro.
Não havia médico ou
sequer um enfermeiro para atendê-lo quando passou mal em campo.
Muito menos uma
ambulância.
Foi levado de carro
até o hospital onde chegou morto.
Em fevereiro, no Rio
de Janeiro, o calor era senegalesco.
O menino não ficou
nos péssimos alojamentos vascaínos.
Ficou em uma pensão
em frente ao local onde os meninos treinam.
Conhecida como Gama
Alojamento, tal a promíscua intimidade com o clube.
Um casal descobriu
ser uma excelente fonte de renda explorar o sonho dos meninos.
E oferece acomodações
em uma casa velha, com uma piscina desativada.
"Mãe Loura"
é como a dona da pensão gosta de ser chamada.
Ela confessou ao
jornal Extra ter sida aconselhada por funcionários do Vasco a aproveitar a
situação.
Jovens do Brasil todo
chegavam ao Vasco e não tinham onde ficar, sem rumo.
Com pouquíssimo
dinheiro, muitas vezes não tinham nem o que comer.
Não tem problema.
"Mãe Loura"
foi criativa.
Na tabela há preço
diferenciado nas diárias para quem não se alimenta na sua pensão.
Ele cobra R$ 30 por
dia, R$ 120 por semana e R$ 200 por quinzena e R$ 350 sem comida.
Quem tiver dinheiro
para se alimentar paga R$ 45, R$ 190, R$ 350 e R$ 500.
Os mais garotos, para
sobreviver, comem o podem, geralmente pão, algum frio barato, como mortadela, e
refrigerante.
"Mãe Loura"
não quer nem saber.
Só se preocupa em
avisar que há uma possibilidade para os abastados.
Por R$ 50 ela lava
roupa dos meninos.
E por mais R$ 30
passa.
Um grande negócio, já
que é público que o Vasco não dá comida para os meninos que fazem testes no
clube.
Só recebem
alimentação os que já são do clube.
Ou aos 'federados',
que já pertencem à uma federação de futebol, o que lhes garante status de
possíveis bons jogadores.
Foi na pensão de
Elizabete Souza, que, de sentimento materno não tem nada, onde Wendel passou
seus últimos três dias de vida.
Lá, dividiu um quarto
de sete camas com outros três meninos.
Há um só banheiro
para 15 pessoas.
Lógico que "Mãe
Loura" não sabe se Wendel comeu ou não quando ia para os testes no Vasco.
Sua preocupação é
receber o dinheiro de quem usa a sua pensão.
Não há limites para a
indecência.
Mãe Loura ainda criou
uma espécie de procuração para os meninos que não tenham empresários.
Pais ingênuos dão à
Elizabete a responsabilidade sobre seus filhos.
Até para levá-los, em
caso de recusa do Vasco, a um novo período de testes em outros clubes.
Lógico, desde que os
garotos fiquem hospedados na sua pensão.
Se passarem, se derem
certo, se forem aprovados, a conversa é outra.
Ela pode até se
tornar empresária.
O negócio já está
dando tão certo que ela está comprando casas para expandir sua pensão.
Os lucros são
enormes.
Essas são as
condições a que um menino é exposto se quiser tentar a sorte no Vasco.
A Justiça interditou
o alojamento do clube.
Têm cinco dias para
melhorar as condições ou indicar outro local para levar seus 60 garotos.
Com a ameaça da
proibição de manter as categorias infantil e juvenil.
O que acontece no
grande Vasco da Gama é de uma vergonha absurda.
A responsabilidade é
toda do presidente e deputado estadual Roberto Dinamite.
Eurico Miranda foi
acusado por ele de ser o retrato do atraso como dirigente esportivo.
Como classificar
Roberto?
Como um presidente
deixa os garotos expostos a estas condições?
A desculpa fica entre
a incompetência ou a omissão.
Que a juíza Katerine
Jathay Kitso Nygaard, da Vara da Infância e da Juventude, não fraqueje.
Nem se deixe enganar.
E faça do Vasco e do
caso Wendel um marco.
Chega de tanto
descaso com os meninos do Brasil.
Basta de
aproveitadoras "Mães Louras".
Que a morte de Wendel
não tenha sido em vão...
Fonte:
http://esportes.r7.com/blogs/cosme-rimoli/2012/08/15/meninos-usando-garrafas-de-refrigerante-para-tomar-banho-camas-sem-colchoes-cozinha-nojenta-tudo-isso-ou-a-pensao-da-mae-loura-a-justica-descobriu-a-indecencia-a-que-o-vasco-expoe-seus-meninos-a-mort/
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