sexta-feira, 24 de maio de 2013


Parte da crônica esportiva insiste em detratar o campeonato brasileiro, mas não se cansa de defender e render homenagens aos falidos e decrépitos campeonatos estaduais.

Até quando esse grupelho vai continuar insultando a inteligência alheia???



No próximo dia 25 de maio terá início o Campeonato Brasileiro de futebol. Cheio de problemas, limitações e confusões. Estádios fechados, outros a meia boca, por conta das obras para a Copa do Mundo da Fifa no Brasil (toda ela sustentada pelos cofres públicos, ou seja, dinheiro do povo brasileiro); escassez de craques, vários já foram vendidos ou estão em vias de sê-lo como Neymar, talvez a única revelação de alto nível do futebol brasileiro nos últimos 10 anos. Assim o campeonato pode começar sem o seu maior craque.

O caminho ficará mais do que livre para outros cracks. Literalmente: Carlos Alberto, Deco, Michael e - quiçá - Adriano (que jura que volta a jogar assim que as noitadas permitirem). Quanto aos outros acima, como podem? Ah, o que esperar de um julgamento em que a advogada de defesa é só a filha do presidente da Federação de Futebol do estado? Dá pra acreditar? Não daria se fosse em qualquer lugar que não o Brasil...


E não esqueçamos dos outros craques. Os craques de meia-idade. Que não têm condições nem de chutar um escanteio nos campeonatos europeus, mas que aqui passeiam sem ser incomodados, sem nenhuma concorrência. Olhem os exemplos de Seedorf, Lúcio, Zé Roberto e o próprio Deco. Mesmo Ronaldinho Gaúcho, o grande jogador atuando no Brasil junto com Neymar já há muito deixou de ser um garotinho.

E o que é pior, para acabar de desmoralizar o futebol brasileiro o Milan resolveu tentar contratar o Seedorf. Para ser o maestro na nova equipe, o grande líder de uma nova era? Não! O quer para ser técnico. E ele já adiantou: quer jogar mais um ano. Mas sabe que isso só é possível no parco e deprimente cenário futebolístico que impera nesse país.


Mas com tudo isso o campeonato ao menos contribui para injetar no futebol desse país algo de civilizado, que é o sistema de pontos corridos. Mas civilidade, respeito às normas, rejeição ao caos e à bagunça, um mínimo de cortesia aos torcedores que sustentam essa indústria e priorização do aspecto técnico e da questão do mérito (em detrimento do acaso e da sorte) é algo que descabela, enerva, tira do sério parte da crônica esportiva.

Tal crônica se alimenta da precariedade. Até por ser aliada, amiga e tecer relações de dependência com o que há de mais nefasto em nosso futebol. Muito do que o futebol brasileiro é hoje (ou seja, quase nada. Perdendo para a Grécia, Croácia e Rússia no ranking) se deve a ação coordenada dessa matilha.


Mas se essa gente ficasse no seu canto apenas torcendo contra a modernização do nosso futebol, vá lá. É um direito que cabe a qualquer um. Inclusive de ser reacionário, dos mais mesquinhos. Mas não. Parte dessa crônica insiste em insultar nossos parcos neurônios desfiando um sem número de barbaridades contra a inteligência humana.

Um deles adora classificar tal campeonato de "a grande procissão". Tendo a coragem de distorcer a verdade dos fatos afirmando que é o campeonato mais longo do planeta. Mas o insigne defensor do atraso mascara o detalhe tão óbvio - a qualquer criança que já balbucie uma palavra que seja - que todos,  eu disse TODOS os campeonatos civilizados mundo afora duram bem mais que o campeonato brasileiro. Enquanto este dura apenas 6 meses e meio (se tanto), os demais - da Espanha e Inglaterra ao Afeganistão, Chipre e Moldávia - duram de 9 a 10 meses.

E não é só isso. A média de público de qualquer campeonato desses é bem maior não só do que a do campeonato brasileiro, mas infinitamente maior do que a desses campeonatos(sic), na verdade disputas de canecos horrorosos que dão o nome de "campeonatos estaduais". Disputados no sistema endeuzado por essa gente -  o mata-mata. Nome mais do que ilustrativo. Os tais mata-mata possuem média de público que superam se tanto os campeonatos do Vietnã ou de Papua Nova Guiné. O do Rio mal passa de 2 mil. O de Brasília são exatos 844. O do Amazonas nem isso ....

Esses campeonatos matam a paixão do torcedor no Brasil.

Para completar, o apólogo do atraso ainda tem a desfaçatez de declarar que os campeonatos europeus, por serem de pontos corridos, não despertam nenhuma emoção, até porque acabam com "10 rodadas de antecedência": ora, como explicar as médias de 60, 70 e 80 mil de vários campeonatos europeus? Realmente, paixão pelo atraso e honestidade intelectual (inclusive pelos números) não combinam.

Formas anacônicas e dantescas de campeonato, os mata-mata só existem no Brasil. Um absurdo. De péssimo nível técnico, só sobrevivem por conta dos interesses politiqueiros de federações, uma emissora de TV e, fundamentalmente, da incapacidade e covardia dos grandes clubes brasileiros. Eles matam sim, mas matam de tédio. E de vergonha também.


Defender esse estado de coisas, tudo bem. Um direito que cabe a essa gente. Mas querer vender a imagem de que esses mata-mata contagiam, emocionam e levam ao delírio toda a nação brasileira - PERA LÁ.

Respeito é bom e meus neurônios gostam!


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